Todo gestor tem como principal característica a tomada de decisão. É preciso pesar as vantagens e desvantagens de cada alternativa buscando o melhor desempenho. É um processo que envolve critérios, formas, analises e alternativas.
O texto de Beatriz Tenuta Araujo e Ana Maria Roux V.C.Cesar, abordam de maneira criativa e descontraída o processo da tomada de decisão pelo enfoque da racionalidade (ou não) do decisor. Qual a sua percepção sobre o assunto?
Tomar decisões faz parte da rotina de qualquer pessoa, partindo de escolhas simples (como decidir sua refeição de café da manhã ou qual filme assistir) até escolhas mais estruturadas (definir uma carteira de ações ou escolher qual imóvel adquirir).
A IMPULSIVIDADE PREJUDICA
UMA DECISÃO?
Beatriz Tenuta Araujo; Ana
Maria Roux V.C.Cesar
Em ambientes de negócios as decisões são consideradas como sendo
racionais. Isso sugere: 1) As pessoas possuem a capacidade de visualizar todas
as possibilidades (ou alternativas) envolvidas em uma decisão; 2) Todas as
alternativas são analisadas segundo critérios claramente estabelecidos; 3) A
escolha da melhor alternativa deve atender aos critérios de maior utilidade e
maior valor agregado. Nessa perspectiva o decisor seria capaz de listar os
resultados positivos e negativos que poderiam advir de suas ações.
Todavia, na prática, é possível observar que nem sempre
isto acontece. Muitas decisões são tomadas com base no que o decisor considera
que seja seu feeling, uma sensação de
que essa seja a resposta certa para um determinado momento, não sendo o decisor
capaz de explicar os passos que o teriam levado a essa decisão. Na verdade o feeling é a expressão de aprendizagens
passadas, ou seja, o uso de conceitos ou de processos que o decisor sabe, mas
que não tem consciência disto (“não sabe que sabe”).
Além dos aspectos subjetivos, o decisor sofre a influência do ambiente
no qual ele toma a decisão. Muitas vezes ele decide em situações de incerteza
nas quais não há informações precisas para subsidiarem a decisão. É um quebra
cabeça com muitas peças faltando. Nessas situações as pessoas usam algumas
estratégias para decidir, denominadas heurísticas. Essas são consideradas
“atalhos” para uma decisão porque utilizam regras simplificadas para escolha de
alternativas, como por exemplo: 1) Tomar uma decisão com base em fatos
recentes; 2) Usar como padrão de resposta uma situação semelhante que tenha acontecido
em um passado recente; 3) Considerar uma série histórica de resultados passados
para prever o resultado futuro.
Além desses atalhos, a decisão também é disparada por alguns gatilhos
emocionais que podem gerar respostas rápidas, mas não controladas, e por vezes,
ilógicas, quando analisadas posteriormente. Em situações dessa natureza
considera-se que a impulsividade tenha entrado em ação, “atrapalhando” a
acuidade do resultado final da decisão. Mas, impulsividade é sempre um aspecto
negativo da decisão?
Impulsividade e risco são duas palavras frequentemente associadas no
ambiente organizacional. Considera-se que o resultado da impulsividade seja
sempre uma situação de desequilíbrio financeiro, pessoal, profissional ou mesmo
uma situação de “válvula de escape” para o sujeito que atua em situações de
alta incerteza e de alto comprometimento emocional.
Pouco se fala sobre o aspecto positivo da impulsividade, especialmente
em situações nas quais uma pessoa precisa reagir
rapidamente. Em situações de decisões simples, ou naquelas onde o indivíduo já
possua um ‘pano de fundo’ que possa contribuir para a tomada de decisão, a
impulsividade atua como um fator que ocasiona agilidade ou eficiência. A
impulsividade pode ser a expressão da expertise e o disparador do uso de
heurísticas; sendo assim, pode ser fundamental em algumas situações
organizacionais.
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